Livre


Era um grande campo, daqueles que dá vontade de sair correndo. De todos os lados não se via nada além do verde verdejante daqueles verdes campos. E o céu azul acima de sua cabeça. Começou a caminhar e subiu até o topo da colina mais próxima, sentindo se muito bem por estar num lugar tão belo.
Chegou no topo, olhou ao redor e tudo continuava igual. Colinas e mais colinas, campos e mais campos, até a linha do horizonte. Tudo estava bem, não sentia fome nem sono naquele lugar. Era tranquilo, era bom, o ar era fresco, o céu era azul, enfim, estava perfeito.

Mas o que ela queria mesmo eram as montanhas.


(A história deveria terminar nesse ponto. Só pra explicar, caso a continuação não agrade: até esse ponto foi o que fiquei sabendo a princípio e pensei que era tudo. O resto eu fiquei sabendo mais tarde, e embora eu pudesse deixar sem escrever, decidi escrever tudo)

Então ela decidiu caminhar. Caminhar o quanto fosse preciso para chegar às montanhas.
E começou a caminhar. Não havia como saber se demorou ou não, pois não havia dia, não havia noite. Havia aquela mesma perfeição dos campos. Naquele lugar ela dava passos e mais passos em direção ao horizonte, sem parar. Depois de muitos passos naquela direção incerta, começou a notar uma certa diferença nos campos. As colinas eram cada vez mais escassas e a os campos tinham um tom levemente mais claro. E ela continuou caminhando, sempre feliz, contente, agradável.

Muitos passos além ela chegou.
Nas montanhas não. Na praia.